sábado, 2 de maio de 2009

Mensagens de Martinho Lutero

Todas as mensagens foram retiradas do site da Comissão Interluterana de Literatura (www.lutero.com.br)

Leia em sua Bíblia: Mateus 20.1-16
VOCAÇÃO E ELEIÇÃO
“Assim, os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos, porque muitos são chamados, mas poucos escolhidos”. (v. 16)

O evangelho se dirige àqueles que pensam serem os primeiros perante Deus. por isso usa termos corajosos e atinge gente graúda, e chega a apavorar inclusive os maiores santos. Por essa razão, Cristo também confronta com eles os próprios apóstolos. Pois nesse círculo pode acontecer que alguém que seja pobre perante o mundo, fraco, desprezado, sofrendo, inclusive, um pouco por amor de Deus, sem nenhum sinal de ser alguma coisa, ainda assim, no coração e em secreto, se agrade muito a si mesmo, julgando-se o primeiro perante Deus, e vindo assim a ser o último. E, por outro lado, há quem seja tão tímido e retraído, julgando ser o último perante Deus, ainda que tenha dinheiro, honra e bens perante o mundo, sendo, porém, assim, o primeiro.Eis, portanto, o resumo desse evangelho: Ninguém está tão elevado, nem atingirá um ponto tão alto, que não tivesse que temer de vir a ser o mais baixo. Por outro lado: Ninguém está tão baixo ou pode cair tão fundo, que não pudesse ter a esperança de vir a ser o primeiro. Aqui fica eliminado todo e qualquer mérito e se glorifica unicamente a bondade de Deus... Ao dizer: “Os primeiros serão últimos”, Jesus tira de você toda a arrogância e lhe proíbe elevar-se mesmo acima de uma meretriz, ainda que você seja Abraão, Davi, Pedro ou Paulo. Mas, quando diz: “Os últimos serão primeiros”, proíbe-lhe também todo desespero e que jamais se considere inferior a qualquer um dos santos, ainda que você seja Pilatos, Herodes, Sodoma e Gomorra.

Leia em sua Bíblia: Romanos 6.15-19
OS MEMBROS A SERVIÇO DA JUSTIÇA
“Assim como oferecestes os vossos membros para escravidão da impureza, e da maldade para a maldade, assim oferecei agora os vossos membros para servirem à justiça”. (v. 19)

Até mesmo a razão lhes ensina que, em virtude do fato de vocês não mais estarem sujeitos ao pecado e à injustiça, não devem mais servi-los nem obedecer-lhes com seus corpos e membros, isto é, como todo seu ser e vida corporal. Por outro lado, já que se entregaram em obediência a Deus e à justiça, vocês têm a obrigação de servi-los de corpo e alma. Dito de forma bem simples e linguagem bem clara: aquele que no passado era mau e levava uma vida contrária à vontade de Deus e à voz de sua consciência, deve, agora, viver vida piedosa e servir a Deus de boa consciência. Ou, como São Paulo diz em Efésios 4.28: “Aquele que furtava, não furte mais”. Outrora, diz ele, seus membros: olhos, ouvidos, boca, mãos, pés e todo o corpo eram escravos da impureza. Assim também vocês colocaram seus membros a serviço da injustiça ou toda sorte de vida e obras injustas, pois cometiam uma injustiça atrás da outra, com todo tipo de truques e trapaças. Agora, porém, mudem a vida segundo seu próprio juízo e compreensão. Se antes vocês gostavam de ver, ouvir e falar o que era vergonhoso e imoral, ou buscavam essas coisas, e com seus corpos serviam à imoralidade, agora, seus olhos e ouvidos devem doer ao verem e ouvirem coisas dessa natureza. Todo o corpo deve fugir disso, e suas palavras e obras devem ser castas. Assim sendo, todos os membros e tudo o que o corpo faz ou deixa de fazer deve servir à justiça.E tudo isso para que seus membros e corpos se tornem santos, isto é, propriedade de Deus, destinados tão-somente a seu serviço, e para que todos eles, com o passar do tempo, cada vez mais e mais, com maior alegria, sirvam a Deus em obediência a ele a para sua honra, em tudo que é divino, louvável, honrado e virtuoso.

Leia em sua Bíblia: Romanos 6.4-11
MORTOS PARA O PECADO
“Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também com ele viveremos”. (v. 8)

Veja, desta maneira Paulo relaciona a vida dos cristãos neste mundo com a morte de Cristo e os apresenta como pessoas que já morreram e estão sepultadas num caixão, ou seja, morreram para o pecado e não têm mais nada a ver com ele. E isso significa que o pecado morreu para eles e eles, por sua vez, morreram para o pecado, pois não andam mais nos caminhos pecaminosos do mundo. Na verdade, morreram duas vezes ou de duas maneiras. Uma é a morte espiritual para o pecado. Este é um morrer gracioso, consolador e bem-aventurado (embora seja dolorido e amargo para carne e sangue). Esta morte é doce e amável, pois nos traz nada mais e nada menos do que a celeste, pura e perfeita vida eterna. A outra é corporal; que não é morte, e sim muito mais um puro e suave sono imposto a esta carne porque, enquanto vivermos neste mundo, ela não cessa de resistir ao Espírito e à vida que ele dá. É assim que a carne age enquanto vive neste mundo: expande-se e traz o pecado de arrasto; resiste e não quer morrer. Razão por que, no final, Deus tem de executá-la, para que também morra para o pecado. Também esta é uma morte tranqüila e suave; na verdade, outra coisa não é senão um sono. Pois o corpo não ficará na morte (porque a alma e o espírito já não estão mais na morte), mas no dia do juízo reaparecerá, limpo e purificado, e se reunirá ao espírito, para ser um corpo puro, obediente, livro de todo pecado e mau desejo.

Leia em sua Bíblia: Gênesis 23.1-16
O EVANGELHO NÃO ANULA A NATUREZA
“Sara morreu; veio Abraão lamentar Sara e chorar por ela”. (vv. 1s.)

Está escrito que Abraão lamentou e chorou por Sara, para que fique bem claro que não há nada de errado em ficar aflito, triste e enlutado quando falecem aqueles que amamos. Embora todos tenhamos de comer, estamos, assim mesmo, de tal forma ligados uns aos outros pelo amor, que cada qual deve se alegrar com a vida do outro, assim como também nos liga o fato de sermos pobres e termos de comer nosso pão no suor do rosto. Enquanto vivermos, o amor deve ser colocado em ação, preocupando-se com a pobreza ou qualquer outra necessidade do próximo. Deus não deseja anular a natureza através do evangelho. Ao contrário, preserva o que é natural, dando-lhe, porém, a direção correta. É natural que um pai ame a seu filho, que a mulher ame a seu marido, e que se alegrem quando tudo vai bem, e que fiquem tristes quando algo vai mal. Em relação a Deus, segundo a fé, o cristão não se deixa abalar, mesmo que tudo vá águas abaixo; agora, segundo o amor, devemos nos importar como se fosse nossa própria necessidade, e agir com amor. Caso contrário, ou seja, se isso não nos servisse de lição, Deus não teria mandado escrever que o grande patriarca Abraão chorou a morte de sua mulher. Assim, Deus permite que nos perturbemos interiormente. Contudo, é de sua vontade que superemos essa perturbação por meio da fé e, dessa forma, não desanimemos nem nos afastemos de Deus.

Leia em sua Bíblia: Marcos 7.31-37
LÍNGUA E OUVIDOS
“Jesus, tirando-o da multidão, à parte, pôs-lhe os dedos nos ouvidos e lhe tocou a língua com saliva”. (v. 33)

Aqui, Cristo se dedica especialmente a estes dois órgãos: ouvidos e língua. Pois, como se sabe, o reino de Cristo se fundamenta na palavra que não pode ser recebida nem compreendida a não ser por meio destes dois membros, os ouvidos e a língua. Esse reino exerce seu domínio no coração dos homens tão-somente por meio da palavra e da fé. Os ouvidos apreendem a palavra, e o coração crê nela; agora, a língua anuncia ou confessa a palavra que é crida no coração. Portanto, se as línguas emudecem e os ouvidos se fecham, não resta nenhuma diferença visível entre o reino de Cristo e o mundo.Pois, no tocante à vida corporal ou exterior, a conduta de um cristão em nada difere daquela do não-cristão: ele constrói, planta, lavra o solo como os demais, e não realiza nenhuma obra ou feito especial em termos de comida, bebida, trabalho, sono ou qualquer outra coisa. Apenas esses dois órgãos estabelecem uma diferença entre cristãos e não cristãos: o cristão fala e ouve de forma diferente e sua língua exalta a graça de Deus e prega o Senhor Jesus Cristo, declarando que somente ele é o Salvador. O mundo não faz nada disso. Ao contrário, fala da avareza e de outros vícios, prega e engrandece sua própria pompa.

Leia em sua Bíblia: Marcos 7.31-37
O SUSPIRO DE CRISTO POR CAUSA DE TODAS AS ENFERMIDADES
“Então lhe trouxeram um surdo e gago, e lhe suplicaram que impusesse a mão sobre ele... depois, erguendo os olhos ao céu, suspirou e disse: Efatá, que quer dizer: Abre-te”. (vv. 32s.)

Cristo suspirou não somente por causa da língua e dos ouvidos desse pobre homem. Tratava-se de um suspiro geral por causa de todos os corações, corpos e almas, e todos os homens, desde Adão até ao último que ainda virá a nascer. Deste modo, o motivo principal do suspiro de Cristo não é que no futuro essa pessoa ainda virá a cometer muitos pecados. Era porque nesse montão de carne e sangue diante de si, o Senhor viu claramente como no paraíso o diabo conseguiu infligir dano mortal ao corpo humano, tornando as pessoa mudas e surdas, e sujeitando-as à morte e ao fogo do inferno.Naquele dia e em muitas outras ocasiões, Cristo teve diante dos olhos esse quadro da extensão do estrago que o diabo conseguiu fazer por meio da queda de um só homem no paraíso. Ele não olhou somente aqueles dois ouvidos, mas a grande multidão que nasce e ainda há de nascer. De modo que esse evangelho nos apresenta a Cristo como o Homem que aceita a você, a mim e a todos nós, assim como devemos aceitar a nós mesmos, como se ele estivesse envolvido no mesmo pecado e dano em que nós nos encontramos. E ainda nos mostra que ele suspira por causa do diabo invejoso que deu origem a toda essa deformação.

Leia em sua Bíblia: Jó 33.1-7
CRIATURA DE DEUS
"O Espírito de Deus me fez; e o sopro do Todo-poderoso me dá vida".(v. 4)

Esta é minha opinião e nisso creio: sou criatura de Deus, isso é, ele me deu e de contínuo conserva corpo, alma e vida, membros, tanto pequenos como grandes, todos os sentidos, razão e inteligência, e assim por diante; comida, bebida, vestimenta, alimento, mulher, filhos, empregados, casa, lar, e todas as criaturas. Tudo isso dá para satisfazer as necessidades de nossa vida. Ele faz com que nos sirvam o sol, a luz e as estrelas no céu, o dia e a noite, o ar, o fogo, a água, a terra e tudo o que ela produz, as aves, os peixes, os animais, os cereais e toda sorte de plantas. Também os demais bens corporais e temporais: bom governo, paz, segurança. De modo que este artigo nos deve ensinar que nenhum de nós tem a vida de si mesmo, nem coisa alguma do que acabamos de enumerar e do que pode ser enumerado e, também, que não está em nosso poder conservar qualquer dessas coisas, por pequena que seja, pois tudo está compreendido na palavra “Criador”. Se quiséssemos entrar em pormenores, teríamos muito a dizer sobre quão pequeno é o número dos que crêem nesse artigo. Pois nós todos o passamos por alto, ouvimos e recitamos as palavras, mas não vemos seu sentido nem meditamos nele. Porque, se o crêssemos de coração, também agiríamos de acordo e não andaríamos por aí tão orgulhosos, com ar desafiador e vaidoso, como se devêssemos a nós mesmos a vida, a riqueza, o poder e a honra, de sorte que se tivesse que temer e servir a nós, como procede o infeliz e pervertido mundo.Por isso, esse artigo a todos nós humilharia e nos encheria de assombro, se o crêssemos. Pois, dia a dia, pecamos com os olhos, os ouvidos, as mãos, corpo e alma, dinheiro, bens, e como tudo que temos.Por isso devemos exercitar-nos diariamente nesse artigo, imprimi-lo em nossa mente e, em tudo o que vemos e no que de bom nos aconteceu, bem como nos momentos em que saímos de necessidades ou perigos, lembrar que é Deus quem nos dá e faz tudo isso, sentindo e vendo nisso seu coração paterno e seu imenso amor para conosco. Isto aqueceria nosso coração e o estimularia a ser grato e a faze uso de todos esses bens para honra e louvor de Deus.

Leia em sua Bíblia: Mateus 8.5-13
O MILAGRE DA FÉ
“Ouvindo isto, admirou-se Jesus e disse aos que o seguiam: Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei fé como esta... Então disse Jesus ao centurião: Vai-te, e seja feito conforme a tua fé. E naquela hora o servo ficou curado”. (vv. 10 e 13)

Nesse exemplo do texto aconteceram dois milagres, ou, então, um milagre duplo. Um, feito pelo Senhor, outro, pelo centurião. Pois lemos aí que o próprio Jesus se admira da grande fé do centurião. Se, pois, Cristo considera isso um milagre e o louva, também nós o consideraremos assim. Encontrar um centurião com tal fé é para Jesus erva rara e caça excepcional.As pessoas consideram grande milagre o fato de Jesus devolver a vista aos cegos, o ouvido aos surdos, a saúde aos leprosos. É claro, de fato, são grandes sinais. Jesus, porém, considera milagre maior o que acontece na alma do que as coisas que acontecem no corpo. Portanto, quanto mais vale a alma do que o corpo, tanto maior deve ser considerado este milagre em comparação com os milagres físicos. Aconteceram, pois, aqui dois milagres; e Cristo os continuará fazendo diariamente, até o fim dos tempos. Os milagres físicos ele os faz raras vezes, como, aliás, os fez raras vezes enquanto estava na terra. Pois não curou a vista a muitos cegos, nem curou a todos os doentes. A muitos deixou cegos e doentes... Por isso tais milagres e sinais físicos não são eternos nem generalizados. Pois não é neles que está seu interesse. Ele os faz por amor de nós, para a cristandade começar a crer. Aqueles sinais, porém, que ele próprio considera milagres, esses permanecem para sempre, como, por exemplo, a fé do centurião de Cafarnaum. É uma obra milagrosa, uma grande obra milagrosa o homem ter uma fé tão maravilhosa, forte, correta. Por isso também elogia e exalta a fé desse centurião como se fosse o milagre dos milagres.

Leia em sua Bíblia: João 1.35-42
NOSSOS PECADOS ESTÃO SOBRE O CORDEIRO
“E, vendo Jesus passar, disse: Eis o Cordeiro de Deus”. (v. 36)

Assim, nosso fundamento principal é que sabemos onde nossos pecados estão colocados. Porque a lei os coloca sobre nossa consciência, mas Deus os afasta de nós e os coloca sobre os ombros do Cordeiro. Pois, se são colocados sobre mim e sobre o mundo, estamos perdidos, porque o pecado é forte e poderoso demais. Mas Deus diz: “Eu sei que seus pecados lhe são pesados demais, por isso, eis que desejo tirá-los de cima de você e colocá-los sobre o meu Cordeiro”. Isso você deve crer, pois se assim fizer, estará livre do pecado. O pecado só pode estar em dois lugares: ou está com você, pesando sobre sua nuca, ou está colocado sobre Cristo, o Cordeiro de Deus. Se o pecado estiver sobre suas costas, você está livre e será salvo. Escolha, pois, o que preferir. Segundo a lei e a justiça, seus pecados deveriam permanecer sobre você; mas, por graça, são colocados sobre Cristo, o Cordeiro. Não fosse assim, e se Deus quisesse entrar em juízo conosco, estaríamos perdidos. Esse é um texto claro, fácil de entender, e essas são palavras vigorosas.

Leia em sua Bíblia: Efésios 5.31-33
CADA QUAL AME E HONRE O SEU CÔNJUGE
“Não obstante, vós, cada um de per si, também ame a sua própria esposa com a si mesmo”. (v. 33)

Nem de longe chegarmos a um amor tal como esse, pois, como se diz, é demasiado sublime e grandioso. E assim como o casamento terreno é pequeno, também o amor que existe nele é pequeno em comparação com o casamento celestial. Temos que satisfazer-nos em seguir esse exemplo e viver de acordo com o modelo desse casamento, de sorte que, no estado matrimonial, cad um se disponha a pôr em prática e demonstrar seu amor para com a sua noiva ou esposa. E se houver nela algum defeito ou falha, que ele não leve isso a mal, mas use de bom senso, dizendo: “Como devo proceder? Ela é minha noiva. A essa altura preciso, na medida do possível, encobrir, purificar, enfeitar e melhorar e, nesse pequeno casamento, demonstrar o pequeno amor, como Cristo demonstra seu grande e indizível amor por sua noiva, a igreja, de quem também sou membro”.Além disso, no estado matrimonial compete também à mulher, não somente amar o marido, mas, também, ser obediente e submissa, imitando o exemplo da união Cristo-igreja e pensando assim: “Meu marido é imagem do verdadeiro Deus e grande cabeça Cristo, por amor de quem vou respeitá-lo e fazer o que lhe agrada”.Semelhantemente, o marido, por sua vez, deve amar sua esposa de todo coração, por causa do grande amor que vê em Cristo, dizendo assim: “Nem eu nem ninguém jamais amou assim. Por isso, segundo o exemplo de Cristo, quero, na medida de minhas capacidades. Amar a minha esposa como a minha própria carne. Cuidando, alimentando e servindo-a, evitando ser rude e excêntrico para com ela. Ao contrário, se ela não for perfeita e cometer alguma falha, vou usar de bom senso e ter paciência”. Esse, então, deixaria de ser um matrimônio terreno e humano ou racional para ser um matrimônio cristão, divino, desconhecido dos pagãos. Porque esses não percebem a grande glória e honra do matrimônio, que se trata duma imagem da sublime união espiritual de Cristo. Por isso cabe a nós, cristãos, honrar e exaltar muito mais esse estado, pois sabemos e conhecemos o esplendor e a glória conferidos a este estado.

Mensagens de Martinho Lutero

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Leia em sua Bíblia: Efésios 5.31-33
O MATRIMÔNIO REFLEXO DO CASAMENTO ESPIRITIUAL DE CRISTO
“Grande é o mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja”. (v. 32)

Veja que elevado sermão e precioso exemplo a respeito do casamento ou estado matrimonial nos ensina Paulo a praticar: que se instrua e lembre aos que vão casar ou já casaram que, ao encararem esse estado, meditem nestas palavras e tenham diante dos olhos a imagem ou o exemplo desse casamento espiritual. Pois esse, certamente, merece ser chamado de enlace ou casamento grandioso ou glorioso, e um nobre e precioso enfeite (embora secreto e oculto), através do qual nos são dados, não bens mundanos, mas libertação do pecado e da morte, bem como participação em todas as bênçãos celestes. Enfeites corporais ou tesouros deste mundo nem de longe se comparam com isso, mesmo que você ganhe toneladas de ouro, sim, os tesouros de todos os reis e imperadores. Pois tudo isso a gente pode controlar e compreender. De modo semelhante, os noivos terrenos não são tão preciosos assim, pois são gente pobre e mortal. Não obstante, essa forma exterior e visível do casamento ou matrimônio terreno tem a função de nos ensinar a considerar e meditar no matrimônio celestial, cuja glória e resplendor ninguém consegue ver. Além disso, devemos espelhar-nos na união espiritual entre Cristo e a igreja, e aprender como os cônjuges devem comportar-se no estado matrimonial.

Leia em sua Bíblia: Efésios 5.25-30
CRISTO, O NOIVO
Para a apresentar a si mesmo como gloriosa. (v. 27)

Esta é, pois, a grande graça e o dom indizível que Deus deu aos cristãos, embora o mundo não se dê conta disso. Pois calcule só que honra e glória não deve ser esta: Cristo, o Filho de Deus, humilhando-se tanto assim e, em sua bondade, vem morar conosco. Ele simplesmente não se denomina nosso Senhor, nem pai, irmão ou amigo, mas adota o nome que expresse o mais sublime amor e a mais profunda amizade que possa haver no mundo: ele quer ser nosso noivo e assim deseja ser chamado; quer formar conosco um só corpo (como se diz no caso de marido e mulher), ou, para usar palavras da Bíblia, uma só carne e um só osso, palavras que jamais são usadas para descrever qualquer outra relação de parentesco ou amizade. Assim Cristo quis apresentar-se a nós da forma mais amável e amigável possível, oferecendo e prometendo o seu imenso amor, para que nos denominemos sua noiva e, com toda a confiança, possamos e devamos chamá-lo de nosso amado noivo, e nos gloriemos nisso.Por isso, São Paulo apresenta o assunto numa pregação tão gloriosa, e o enaltece tanto assim que até parece que vão lhe faltar palavras. Por essa razão simplesmente conclui: “Grande é este mistério”. Em outras palavras: isso que Deus exprime por meio do estado matrimonial é algo por demais sublime, glorioso, indizível.Segundo São Paulo, isto é o que Cristo fez por sua igreja. Nosso coração é por demais limitado e fraco, e a glória dessa união espiritual é grande demais para podermos compreendê-la.

Leia em sua Bíblia: Efésios 5.22-27
DO MATRIMÔNIO CRISTÃO
“Maridos, amai vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela”. (v. 25)

Neste versículo, São Paulo resumiu e associou o estado matrimonial e a ressurreição, juntamente com todas as de Cristo em sua igreja. Também apresenta aos cônjuges, tanto a marido como mulher, este único exemplo: Cristo é o cabeça da igreja, como o marido é o cabeçada mulher, e a igreja cristã é sua noiva ou esposa. Deste modo, nos ensina a nós e a todos os que querem viver um matrimônio cristão e mais perfeito do que o dos gentios: que tenhamos diante dos olhos o modelo que Deus apresenta em Cristo a sua igreja, e que no matrimônio vivamos segundo esse modelo, louvando e agradecendo a Deus por estarmos nestes dois estados divinos, ou seja, no sublime, espiritual matrimônio com o Senhor Jesus Cristo, e neste matrimônio ordinário, físico no mundo da carne.Pois Deus oferece elevada honra e glória ao estado matrimonial, ao apresentar e pintá-lo como exemplo e modelo da sublime e inexprimível graça e amor que ele demonstra e concede gratuitamente em Cristo, como o mais sublime sinal desta tão sublime e amável união entre Cristo e a Cristandade e todos os seus membros; uma união tão íntima que não há outra igual. E assim o apóstolo deixa suficientemente claro que o matrimônio é um estado divino, agradável a Deus porque o próprio Deus o instituiu. Além disso, toma-o por exemplo e modelo do casamento espiritual no qual se deve reconhecer seu amor e sua vontade para conosco, e no qual todos nós nos devemos espelhar diariamente. De modo especial, os cônjuges devem, no trato de um para com o outro, seguir esse modelo em seu estado matrimonial, como São paulo também os exorta nesse versículo.

Leia em sua Bíblia: Romanos 3.27-31
LEI E EVANGELHO
“Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, independentemente das obras da lei”. (v. 28)

Aqui é preciso saber que a Escritura Sagrada como um todo se divide em duas classes de palavras: os mandamentos ou a lei de Deus e as promessas.Os mandamentos nos ensinam e prescrevem toda sorte de boas obras. Agora, dar mandamentos é uma coisa, cumprir os mandamentos é coisa bem diferente. Os mandamentos nos orientam corretamente, mas não nos ajudam; ensinam o que devemos fazer, mas não nos dão a força para cumpri-los. Por isso, os mandamentos nos foram dados com a finalidade única de fazer com que, por meio deles, o homem se convença de sua incapacidade de fazer o bem e aprenda a desesperar de si mesmo. E por esta razão também levam o nome de Antigo testamento. Assim, o mandamento “Não cobiçarás” demonstra que somos todos pecadores e que homem nenhum é capaz de se livrar da cobiça, por mais que se esforce. Isso lhe ensina a desesperar de si mesmo e a buscar em outra parte a ajuda necessária para se livrar da cobiça, e, assim, cumpra esse mandamento – algo que ele mesmo não consegue fazer – por meio de alguém outro. O mesmo se aplica também aos demais mandamentos: somos incapazes de cumpri-los.Quando o homem vê e reconhece sua incapacidade através dos mandamentos, de sorte que fica temeroso, pensando em como cumpri-los (já que é necessário cumpri-los, sob pena de condenação), ele fica, deveras, humilhado e aniquilado, e, em si mesmo, não encontra nada que o possa salvar. Entra, então, em cena a outra palavra, a promessa divina, que diz: “Se você deseja cumprir todos os mandamentos, ver-se livre de sua cobiça e de seu pecado, olhe aqui, creia em Cristo, em quem eu lhe prometo graça, justiça, paz e liberdade plenas. Se você crer, receberá; se não crer, ficará sem nada. Porque encerrei todas as coisas na fé, de sorte que se alguém crê, terá tudo e será salvo; agora, se não crê, ficará sem nada”.

Leia em sua Bíblia: João 2.1-11
CRISTO DÁ SABOR À LEI
“Estavam ali seis talhas de pedra que os judeus usavam para as purificações, e cada uma levava duas ou três metretas. Jesus lhes disse: Enchei d’água as talhas. E eles as encheram totalmente. Então lhes determinou: Tirai, agora, e levai ao mestre-sala. Eles o fizeram”. (vv. 6-8)

As seis talhas de pedra que os judeus usavam para se lavar são os livros do Antigo Testamento, que, por leis e mandamentos, apenas criavam uma piedade externa e lavavam o povo apenas por fora. Por isso, também o evangelista João diz que aquelas talhas serviam para as purificações, para expressar: É a pureza que se consegue pelas obras, sem fé, a pureza que jamais purifica o coração, antes o polui ainda mais. O fato de haverem seis talhas significa quanto esforço e trabalho têm como tal purificação os que lidam com obras. Pois nisso seus corações jamais encontram descanso, pois não têm o sábado, o sétimo dia, para descansar das obras e deixar Deus obrar em nós. Transformar água em vinho significa tornar agradável a compreensão da lei. Isso acontece da seguinte forma: Antes de chegar o evangelho, todos compreendem que a lei exige nossas obras, e que temos que satisfazê-las por meio de obras. Dessa compreensão da lei resultam santarrões e hipócritas empedernidos e arrogantes, mais petrificados do que a cerâmica das talhas ou, então, consciências amedrontadas e inquietas. O evangelho, porém, transfigura a lei, de modo que passa a exigir mais do que somos capazes, a buscar homens diferentes daqueles que somos. Quer dizer: A lei exige a Cristo e conduz a ele, de modo que, primeiro, nos tornemos outra gente por sua graça e na fé, e depois então façamos boas obras.Aí, então, vem o maravilhoso evangelho e transforma a água em vinho. A lei, agora, é saborosa, por ser tão profunda e elevada, tão santa, correta e boa, por exigir coisas tão grandes. Por isso ela passa a ser amada. O que antes era difícil, duro e impossível, agora é agradável e fácil. Pois agora vive no coração pelo Espírito Santo. A água já não está em talhas. Ela se tornou vinho, foi distribuída, bebida e alegrou os corações.

Leia em sua Bíblia: Marcos 10.13-16
JESUS ABENÇOA AS CRIANÇAS
“E então, tomando-as nos braços e impondo-lhes as mãos, as abençoava”. (v. 16)

Por que será que ele não toma nos braços um marmanjo, um rei, ou, então, qualquer um dos santos? Acontece que ele toma uma criança, na verdade uma criança bem pequena, que ainda não tem muita compreensão das coisas, e a abraça . Como isso deixa claro que seu reino é das crianças e que ele, o Senhor, é um duque e príncipe das crianças e deseja estar com elas. Com isso também quer dizer o seguinte: Se quiserem saber quem é o maior, já lhes digo: Se vocês ouvem de mim, são grandes, pois eu sou tudo; e quem receber a mim, recebe o Pai, Criador do céu e da terra; sim, recebe, ao mesmo tempo, céus e terra. Recebe a Deus, como todos os seus dons. Assim aconteceu que a gente recebe, em primeiro, o menino, Cristo, e, por meio dele, o Pai celeste. Pois não ficarei para sempre entre vocês corporalmente, diz Jesus. em razão disso, quero pôr outra coisa diante de seus olhos, algo que vocês devem estimar como estimam a mim, a saber: “Qualquer que receber uma criança tal como esta, em meu nome, a mim me recebe, e quem receber a mim, recebe a meu Pai”. Por que, então, deveria eu procurar a Cristo lá longe, ou até mesmo subir aos céus na ânsia de encontrá-lo? Tenho diante de mim tantas crianças cristãs que são imagem e morada de mau amado Senhor Jesus Cristo. Vendo a estas, estarei vendo o próprio Cristo. Se ouço o que dizem, estarei dando ouvidos a Cristo. Se lhes ofereço um copo de água, estarei dando de beber a Cristo. Se lhes dou de comer, estarei alimentando a Cristo. Se lhes dou o que vestir, estarei vestindo a Cristo. E assim, na igreja cristã, terei o mundo cheio de Cristo. Toda vez que olho e vejo crianças cristãs, vejo a Cristo. Se eu pudesse crer nisso!

Leia em sua Bíblia: João 2.1-11
O LIMITE DA OBEDIÊNCIA
“Mas Jesus disse a sua mãe: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chagada a minha hora”. (v. 4)

São palavras amargas, mas ele é doce, eu sei disso muito bem. Agora, note como nessa ocasião Jesus foi rude com sua própria mãe, confirmando que, em se tratando de Deus e do nosso serviço a ele, não se deve conhecer nem pai nem mãe. Porque, embora não haja sobre a face da terra autoridade superior à de pai e mãe, esta termina onde começa a palavra e a ação de Deus. Pois nas coisas que são de Deus, nem pai nem mãe, muito menos bispo ou qualquer outra pessoa deve ensinar e guiar, mas tão-somente a palavra de Deus. E se pai e mãe lhe ordenarem, ensinarem ou pedirem para fazer contra Deus ou a serviço de Deus algo que não é claramente ordenado e exigido por Deus, você deve responder assim: “Que tenho eu contigo?”Pois é dever de pai e mãe – e foi justamente para isso que Deus os colocou neste estado – ensinar os filhos e guiá-los a Deus, não segundo sua própria imaginação ou devoção, mas conforme o mandamento de Deus.

Leia em sua Bíblia: Mateus 18.1-9
SE VOCÊS NÃO SE TORNAREM COMO CRIANÇAS
“Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no reino dos céus”. (v. 30)

Ah, querido Deus, o senhor é damasiadamente rude para conosco! Quisera o senhor tivesse mais consideração e deixasse de exaltar tanto assim as bobinhas dessas crianças! Onde é que o senhor ordenou e ensinou que uma tola de uma criança deva ser preferida a um sábio? Como pode Deus, nosso Senhor, manter seu juízo e sua justiça, tão decantada por Paulo: a justiça de Deus! a justiça de Deus!É essa a tal justiça, que o senhor despreza os sábios e aceita os tolos? Nesse caso, só nos resta crer na palavra de Deus e dar-nos por vencidos. Deus, nosso Senhor, tem pensamentos mais puros do que nós. Para nos transformar nestas crianças, ele precisa, antes de mais, polir nossa rudez e decepar esses galhos ásperos que temos. Vejam, como são puros e singelos os pensamentos das criancinhas! Como elas encaram o céu e a morte sem qualquer receio! Vivem como se estivessem no paraíso. E nas crianças, que virão a ser gente importante, sempre se descobrem maneiras peculiares, maravilhosos.Querido Deus, como não lhe devem agradar a vida e as brincadeiras dessas crianças! Sim, todos os seus pecados outra coisa não são do que perdão dos pecados.

Leia em sua Bíblia: Mateus 18.1-9
GANHAR O CÉU OU O INFERNO NOS PRÓPRIOS FILHOS
“E quem receber uma criança, tal como esta, em meu nome, a mim me recebe. Qualquer, porém, que fizer tropeçar a um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe dependurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e fora afogado na profundeza do mar”. (vv. 5s.)

Assim também é verdadeira a afirmação de que os pais podem ganhar o céu através dos próprios filhos, mesmo que não façam outra coisa além de serem pais. Se os pais educam os filhos para que sejam servos de Deus, terão as duas mãos cheias de boas obras por fazer. Pois quem são os famintos, os sedentos, aqueles que não têm roupa, os prisioneiros, os doentes, os estrangeiros, senão as almas de seus próprios filhos (Mateus 25.35-36)? Com eles, Deus transforma sua casa num hospital, colocando-o como diretor do mesmo, para que você cuide deles, os alimente e lhes dê de beber com boas obras e palavras, de sorte que aprendam a confiar em Deus, crer nele, temer e depositar sua confiança nele, honrar seu nome, não jurar nem amaldiçoar, trabalhar, participar do culto e ouvir a palavra de Deus; que aprendam a desprezar as coisas deste mundo, suportar desgraças com paciência, não Ter medo da morte nem amar a presente vida! Oh, que lar e que casamento feliz não é aquele onde existem pais assim! De fato, seria uma verdadeira igreja, excelente mosteiro, sim, um paraíso.Por outro lado, nada mais fácil para os pais do que serem condenados ao inferno por causa de sua atitude em relação aos filhos, em seu próprio lar, se negligenciam os filhos e não lhes ensinam as coisas mencionadas acima. De que adianta matar-se jejuando, orando, fazendo romarias e praticando toda sorte de obras? Por ocasião da morte e do juízo final, Deus não vai perguntar a respeito disso aí; vai exigir, isso sim, os filhos que ele lhes deu.

Leia em sua Bíblia: Colossenses 3.18-25
O QUARTO MANDAMENTO
Filhos, em tudo obedecei a vossos pais; pois fazê-lo é grato diante do Senhor. (v. 20)

Deus conferiu ao estado paterno e materno uma distinção toda especial, colocando-o acima de todos os estados que estão abaixo de Deus. Assim, não ordena simplesmente que amemos os pais; manda honrá-los. Pois com respeito a irmãos ou irmãs e ao próximo em geral, não ordena coisa mais elevada que amá-los. Dessa maneira separa e destaca pai e mãe acima de todas as outras pessoas na terra e os coloca a seu lado. Pois honrar é coisa muito mais sublime do que amar. Honrar inclui não somente o amor, mas, também, modéstia, humildade e reverência como para com uma majestade que se esconde dentro da pessoa. Honrar requer não apenas que nos dirijamos aos pais de modo amável e respeitoso, mas, acima de tudo, que, de corpo e alma, demonstremos que os temos em alta conta, e que, depois de Deus, os consideremos as mais altas autoridades. Porque para honrar alguém de coração é preciso que realmente o consideremos elevado e grande.Por isso é preciso incutir nos jovens que vejam nos pais representantes de Deus e lembrem que, por mais modestos, pobres alquebrados e excêntricos que sejam, não deixam de ser pai e mãe, dados por Deus. Não ficam privados dessa honra por causa de sua conduta ou em razão de falhas. Por isso não devemos olhar a pessoa como ela é, mas a vontade de Deus que assim estabelece e ordena. É verdade que fora disso somos todos iguais aos olhos de Deus, mas entre nós é necessário que haja essa dignidade e diferença ordenada. Razão por que Deus ordena que seja observada, que você me obedeça e eu tenha autoridade, pois sou seu pai.

Mensagens de Martinho Lutero

Todas as mensagens foram retiradas do site da Comissão Interluterana de Literatura (www.lutero.com.br)
Leia em sua Bíblia: Lucas 2.41-51

ERA-LHES SUBMISSO


“E desceu com eles para Nazaré; e era-lhes submisso”. (v. 51)

Nestas palavras o evangelista resume toda a juventude de nosso Senhor Jesus Cristo.

Agora, o que significa: “era-lhes submisso?” Simplesmente isso: cumpriu o quarto mandamento. Fez aquelas tarefas que pai e mãe querem que sejam feitas em casa, ou seja: buscou água, pão e carne; cuidou da casa, e fez outras coisas semelhantes a estas, conforme era mandado, como qualquer outra criança. Eis o que o querido menino Jesus fez. Por isso, todas as crianças piedosas e que amam a Deus deveriam dizer: Ah! não sou digno dessa honra de ser igual ao menino Jesus, fazendo o que ele, meu Senhor, fazia. Ele ajuntava gravetos e fazia outras coisas que seus pais lhe ordenavam, coisas que aparentemente eram tarefas bem simples e insignificantes, mas que têm que ser feitas em qualquer casa. Puxa vida, que crianças boazinhas não seríamos, se fizéssemos aquilo que nossos pais nos mandam fazer, por mais insignificante e humilde que isso seja.

Cristo é Senhor de tudo. Não obstante, para nosso exemplo, ele se humilha e obedece a pai e mãe. Por isso deveríamos fazer o máximo para aprender bem essa história e ficar felizes quando somos assim obedientes e fazemos nossas tarefas, levando em conta que o próprio Cristo não se aborrecia com tais trabalhos.




Leia em sua Bíblia: Lucas 2.41-52


A GLÓRIA DE DEUS SOBRE A CRIANÇA


“Jesus respondeu a seus pais: Por que me procuravam? Não sabiam que me cumpria estar na casa de meu Pai?” (v. 49)



Que significa isso: Cumpre-me estar na casa de meu Pai? Não pertencem a seu Pai todas as criaturas? Tudo é dele; no entanto, Deus deu-nos as criaturas para uso, para que com elas lidemos nessa vida terrena, de acordo com o melhor juízo. Uma coisa, porém, reservou para si, algo santo e de propriedade exclusiva de Deus, algo que se deve receber dele em separado: É sua palavra santa com a qual governa os corações e as consciências, e as santifica e lhe dá a bem-aventurança. Por isso também o templo é considerado seu santuário, sua santa morada, para nele estar presente por sua palavra e fazer-se ouvir.

Ele não pode ser encontrado nem entre amigos e vizinhos, nem em qualquer outro lugar fora do ministério da palavra. Pois não quer ser mundano nem ser encontrado nas coisas mundanas. Ele quer estar nas coisas que são do Pai. Assim, aliás, se revelou desde seu nascimento e durante toda a vida.

Você não sabe que cristo não está nem pode ser encontrado somente nas coisas de seu Pai? Não naquilo que você e todos os homens são e possuem. Por isso acontecem essas coisas à mãe de Cristo e a José: Sua sabedoria, pensamentos e esperanças falham, e tudo leva a nada, enquanto o procuram de um lado para o outro. Pois não o procuram como deveria. Procuram-no como fazem carne e sangue. No entanto, nesse ponto deve-se deixar tudo de lado: amigos, conhecidos, toda a cidade de Jerusalém, toda arte e sabedoria, tudo que são eles próprios e todos os homens. Pois tudo isso não resulta em consolo algum – até que o procuram no templo, na casa de seu Pai. Aí, com certeza, é que o encontramos, e o coração acha paz.





Leia em sua Bíblia: Mateus 3.13-15


O BATISMO DE JESUS


“Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da Galiléia para o Jordão, a fim de que João o batizasse”. (v. 13)



Aprendam a ter esta festa em alta estima. O fato de Cristo ter-se revelado aos magos por meio de uma estrela foi, sem dúvida, uma grande revelação; mas essa aqui é muito maior. Estes são os verdadeiros três reis: Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, que se fazem presentes por ocasião do batismo de Cristo. Se fosse de sua vontade, essa revelação poderia ter acontecido no deserto ou no templo de Jerusalém. Mas, tinha de acontecer por ocasião do batismo, para o nosso ensino, para que tenhamos o batismo em alta conta, e, uma vez que somos batizados, nos consideremos pessoas que foram transformadas, sim, recriadas em santos.

Assim, essa revelação supera em muito aquela outra, pois a estrela apareceu somente aos magos. Agora, da presente revelação todos os cristãos têm necessidade, enquanto que naquele caso apenas alguns gentios tiraram proveito da mesma. Por isso, essa festa deveria, com toda razão Ter o nome de festa do batismo de Cristo e ser chamada “o dia em que Cristo foi batizado”.

Por isso, vocês devem aprender e notar bem como nesse dia Deus se revelou, fazendo uma bela pregação a respeito de seu Filho: que ele tem prazer em tudo o que Filho diz e faz. Pois quem segue o Filho e vive segundo sua palavra, esse também será seu filho amado e terá o Espírito Santo, que também se manifestou por ocasião do batismo de Cristo numa forma bonita, amável e pacífica. Assim, também o Pai se fez ouvir de forma muito amável, dizendo: Aqui vocês têm, não um anjo, um profeta ou apóstolo, mas meu Filho e a mim pessoalmente. Que revelação maior poderia Deus Ter feito de si mesmo? E que melhor serviço poderíamos prestar-lhe senão dar ouvidos a seu FILho, nosso Salvador, e atendo-nos ao que este nos prega e ordena? Quem, porém, não quiser dar-lhe ouvidos e segui-lo para sua salvação, este pode muito bem dar ouvidos ao apóstolo do diabo para sua condenação eterna. Por isso, agradeçamos a Deus por esta graça e peçamos que nos conserve nesta fé e nos salve. Amém.





Leia em sua Bíblia: Mateus 2.1-3

O REINO DE HERODES E O REINO DE CRISTO

“Tendo ouvido isso, alarmou-se o rei Herodes e, com ele, toda Jerusalém”.(v.3)



Aparentemente Herodes era um rei poderoso, vitorioso no campo de batalha. Em qualquer direção que brandisse a espada, era bem sucedido. Era sábio, sensato, poderoso e rico no que diz respeito ao exterior. Mas em questões internas, em sua casa, era totalmente fraco e infeliz. Assim, por fora, Herodes era feliz; mas por dentro, totalmente infeliz. Agora, Cristo, que é o nosso verdadeiro rei, era bem pobre e miserável, desprezado e rejeitado no que diz respeito às aparências externas; entretanto, interiormente, estava pleno de alegria, consolo e coragem.

Portanto, devemos lutar para que Herodes, que é bem sucedido em questões desse mundo, não nos roube a Cristo, o Rei verdadeiro e gracioso. E embora esteja ele deitado na manjedoura qual criança pobre e miserável, é para lá que temos que ir.

Por isso, se quisermos ser salvos e ter uma consciência tranqüila e feliz, devemos pôr de lado o modo de viver do rei Herodes e aceitar um outro rei, Cristo. Isto significa que não devemos imaginar que podemos salvar-nos por meio das obras, e também não depositar nelas a nossa confiança, e, sim, imprimir em nossos corações unicamente a imagem do bondoso Senhor Jesus Cristo, que vem a nós sem pompa alguma. Pois quando os três santos reis desistiram de todas as obras e ajuda humana e, confiando em Deus e apegando-se à profecia de Miquéias 5.2, foram a Belém, imediatamente tornaram a ver a estrela.





Leia em sua Bíblia: Mateus 2.1-12

EPIFANIA

“E vendo eles a estrela, alegraram-se com intenso júbilo. Entrando na casa, viram Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro incenso e mirra”. (vv. 10s.)



A primeira importante, útil e necessária lição que aprendemos desta história é que os magos, ao procurarem a Cristo, o Rei que acabara de nascer, não o encontraram em Jerusalém como tinham imaginado. Para encontrá-lo, tiveram que consultar e ouvir o que o profeta Miquéias tinha a dizer. Munidos apenas da palavra, e deixando de lado seus próprios pensamentos, voluntariamente, partem da santa capital Jerusalém e rumam a Belém, cidadezinha insignificante, e não se escandalizam nisso. Então, quando tinham deixado Jerusalém, Deus os consola, fazendo reaparecer a estrela, que foi adiante deles até Belém, até a porta da casa onde estava o menino. Eles bem que precisavam desse consolo, pois tudo o que encontram ali é pobreza e mendicância. Aquele não era o lar de José e Maria. O menino está deitado numa manjedoura. Ali existe, quando muito um copo de água. Tudo isso não combina com um rei!

Mas aí essa gente piedosa não se deixa enganar. Ficam firmes naquilo que tinham ouvido do profeta Miquéias e visto na estrela. Por isso, apesar da aparência pobre e miserável, ajoelham-se diante do menino, adoram-no, abrem seus tesouros e lhe dão presentes.

A segunda coisa que deveríamos aprender dessa história é como devemos nos portar diante de nosso amado Senhor Jesus Cristo, a saber: que removamos todo escândalo e, juntamente com os magos, confessemos a Cristo, o Senhor, ao mundo, que o busquemos de coração e o adoremos como nosso Salvador. Além disso, porque nesse mundo seu reino se apresenta tão pobre e miserável, devemos ajudar voluntariamente com o nosso dinheiro, bens e tudo que temos, para que o mesmo seja promovido e cresça, pois esse reino sofre toda sorte de resistência e opressão do diabo e do mundo. Pois podemos muito bem imitar o exemplo dos magos, abrindo hoje nossos tesouros para Cristo e dando-lhe presentes. O motivo para tanto está em Mateus 25.40: “O que fizestes a um desses meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”.





Leia em sua Bíblia: 1 Pedro 2.4-10

REIS E SACERDOTES

“Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz”. (v. 9)



Isto é assim porque, mediante a fé, o cristão é colocado acima de todas as coisas a ponto de, espiritualmente, tornar-se Senhor de tudo, pois, em se tratando de sua salvação, nada pode lhe causar dano. Ao contrário, tudo deve ficar sujeito a ele e cooperar para sua salvação. Isto não significa que tenhamos poder sobre tudo que é corporal ou material, possuindo ou fazendo uso disso como as pessoas desse mundo. Pois todos teremos de morrer corporalmente e ninguém consegue escapar da morte. De modo semelhante temos de estar sujeitos a muitas outras coisas, como nos mostra o exemplo de Cristo e seus santos. Pois esse é um reino espiritual, que exerce seu poder dentro dos limites da submissão corporal, ou seja: No que diz respeito à alma, posso fazer progressos em todos os sentidos, de sorte que até mesmo o sofrimento e a morte terão de ser meus servos e cooperar para minha salvação. Isto é uma dignidade sublime e honrosa, um reinado deveras poderoso, um reino espiritual, onde nada é tão bom ou tão mau que não me venha beneficiar, desde que eu creia. E, então, não preciso de mais nada, porque minha fé me basta. Veja, portanto, que preciosa liberdade e poder têm os cristãos!
Além disso, somos sacerdotes. Isso representa muito mais que ser rei, porque o sacerdócio nos possibilita comparecer diante de Deus, intercedendo pelos outros. Pois estar diante de Deus e orar compete exclusivamente aos sacerdotes. A Cristo devemos esse Dom de interceder e orar pelos outros em espírito, a exemplo de um sacerdote que se coloca corporalmente diante do povo e intercede por ele.

Quem poderia conceber a honra e a grandeza de um cristão? Através de seu reinado tem poder sobre todas as coisas, por meio de seu sacerdócio dispõe de Deus. Pois Deus faz o que o cristão pede e deseja, como está escrito no Salmo 145.9: “Ele acode à vontade dos que o temem; atende-lhes ao clamor e os salva".





Leia em sua Bíblia: Êxodo 20.1-6

A CONFIANÇA DO CORAÇÃO

“Eu sou o Senhor teu Deus”. (v. 2)



Isto é: Você deve considerar somente a mim como Deus. Qual o significado disso e como se deve entendê-lo? Que significa ter um Deus, ou, o que é Deus? Resposta: Deus é aquilo de que a gente deve esperar todo bem e em que nos devemos refugiar em todas as necessidades. Portanto, ter um Deus outra coisa não é senão confiar e crer nele de coração. É como tenho dito repetidas vezes: Apenas confiar e crer do coração faz tanto Deus como o ídolo. Se a fé e a confiança forem verdadeiras, também o seu Deus será verdadeiro. Por outro lado, onde a confiança é falsa e errônea, aí também não se tem o Deus verdadeiro. Pois estes dois, fé e Deus, não podem ser separados. Pois aquilo a que você se apega e naquilo em que seu coração confia, isso, digo, é propriamente seu Deus.

Por isso, o sentido desse mandamento é exigir fé verdadeira e confiança de coração, que se dirigem ao verdadeiro e único Deus e se apegam unicamente a ele. É como se Deus dissesse: Tome cuidado no sentido de apenas eu ser o seu Deus e não procure nenhum outro. Isto significa: Se lhe falta alguma coisa, espere-a de mim e procure-a junto a mim; se está sofrendo desgraça e aflição, venha para junto de mim e apegue-se a mim. Eu, eu quero dar-lhe o suficiente e livrá-lo de todo aperto, desde que seu coração não se apegue a nenhum outro, nem descanse em outro qualquer.





Leia em sua Bíblia: Salmo 118.1-14

O SENHOR É A NOSSA FORÇA

“O Senhor é a minha força e o meu cântico, porque ele me salvou”. (v. 14)



Em nada devemos pôr nossa confiança exceto no Senhor, que será nossa força e vai operar tudo em nós. Por isso devemos louvá-lo e agradecer-lhe, para que somente ele seja nosso cântico. Assim certamente seremos abençoados nele. Disso se conclui que esse Senhor é Jesus Cristo, verdadeiro Deus, gerado do Pai na eternidade, e também verdadeiro homem, nascido de Maria na plenitude do tempo, porque nesse salmo ele é louvado como nossa força e poder, nosso cântico e salvação.

Cristo somente pode ser nossa força no momento em que nós não tivermos força nenhuma em nós mesmos e formos crucificados através de toda sorte de sofrimentos. Nesse momento, ele também se torna nosso salmo, hino e cântico. Segue-se então a vitória e a salvação para a vida eterna.





Leia em sua Bíblia: Romanos 14.5-12

SOMOS DO SENHOR

“Se vivemos para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor”. (v. 8)



Sim, nós pertencemos ao Senhor. É nosso máximo consolo e alegria termos por Senhor aquele a quem o Pai confiou todo o poder no céu e na terra, entregando tudo em suas mãos. Quem, então, poderá prejudicar-nos? Por mais furioso que esteja o diabo, das mãos do Senhor, porém, não nos arrancará. Além disso, nós, os que cremos em Jesus Cristo, nosso Senhor, e vivemos sob sua proteção, somos, igualmente, senhores, e vivemos por meio e em Jesus Cristo – senhores sobre o diabo, o pecado e a morte. Pois Cristo tornou-se homem por nossa causa (para dar-nos esse poder), orou por nós ao Pai e amou-nos de tal maneira, que se tornou maldição em nosso lugar. Ele próprio entregou-se por nós, com seu sangue pagou resgate por nós e nos lavou e purificou dos pecados. Além disso, também nos deu a garantia de nossa herança e salvação, enviando a nossos corações o Espírito Santo, fez-nos reis e sacerdotes perante Deus, em resumo – fez de nós filhos e herdeiros de Deus e seus co-herdeiros. Isso é certamente verdade. Ó Senhor, fortalece-nos a fé, para que jamais duvidemos disso.





Leia em sua Bíblia: 2 Samuel 22.1-7

CONFIAR SOMENTE EM DEUS

“O meu Deus, o meu rochedo em que me refugio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu baluarte e o meu refúgio”. (v. 3)



Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do céu e da terra. Não deposito minha confiança em homem nenhum deste mundo, nem em mim mesmo, tampouco em minha força, capacidade, bens, piedade ou qualquer outra coisa que eu possua. Não confio em criatura nenhuma, quer no céu, quer na terra.Considero e confio tão-somente no Deus único, invisível, incompreensível, que fez os céus e a terra, e que está acima de todas as criaturas. Também não me assusta a maldade do diabo e sua companhia, pois meu Deus está acima de todos eles. Creio em Deus, mesmo que todos me abandonem ou persigam. Continuarei crendo, mesmo que eu seja pobre, tolo, ignorante e desprezado e careça de tudo. Eu creio, mesmo sendo pecador. Pois esta minha fé deve e precisa estar acima de tudo que é e que não é, acima de pecado e virtude, acima de tudo o mais, para que a fé se apegue única e exclusivamente a Deus, como insiste o primeiro mandamento.

Também não desejo nenhum sinal da parte de Deus para colocá-lo à prova. Confio nele sempre, por mais que ele tarde, e não lhe determino o alvo, o tempo, a medida ou o meio, mas, em fé verdadeira e franca, deixo tudo entregue a sua vontade divina.

Uma vez que ele é todo-poderoso, qual a necessidade que ele não me poderá suprir? Já que ele é Criador do céu e da terra e Senhor de tudo, quem poderá roubar-me ou causar-me dano? Sim, como não poderiam todas as coisas cooperar para o meu bem, se tenho o favor daquele a quem estarão sujeitas e obedecem todas as coisas?

Por ser ele Deus, é capaz e sabe fazer com que tudo coopere para o meu bem. Por ser ele Pai, quer fazer isso e realmente o faz de boa vontade. E porque não duvido, mas confio nele, certamente sou seu filho, servo e herdeiro eterno, e ser-me-á feito conforme a minha fé.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

JÁ VEM PERTO O NATAL

As ruas já receberam enfeites. A limpeza “mais pesada” de nossas casas e quintais aos poucos também vai acontecendo. O sol começa a brilhar com mais força e a temperatura sobe. Os pastores já estão convidando crianças e jovens para os ensaios do Programa de Natal. O ano se encaminha para o final e o Natal se aproxima. E como já é tradição, quando o Natal se aproxima as coisas começam a mudar.

Mas será que nossa tradição Natalina de mudança, renovação, limpeza e beleza faz sentido?

É claro que sim. Porque ela é um símbolo de algo que não é tão fácil de ver, pois acontece dentro de nós.

O Natal nos lembra a vinda do Salvador Jesus. Foi na noite de Natal que nasceu o Emannuel, o Deus que está com a gente. É no Natal que Deus cumpre sua promessa, enviando o Messias (Esta palavra quer dizer: Aquele que foi escolhido para ser Rei). Ora, convenhamos, não podemos receber ao Rei Jesus de qualquer maneira.

Os reis do mundo, quando viajavam, eram precedidos pelos “arautos”. Eles avisavam o povo da cidade que o rei estava chegando e então começava toda uma preparação. A Bíblia também fala de um arauto. João Batista é seu nome. Ele prepara o caminho do Senhor. Não, sua intenção não é preparar ruas e casas, mas corações. E João Batista lembra que não existe preparação melhor do que o arrependimento. “Arrependam-se dos seus pecados porque o Reino do Céu está perto!” (Mt 3.2). Esta era a pregação do profeta.

Na verdade, quando enfeitamos nossas ruas, praças e casas, estamos tornando visível uma mudança que acontece primeiro em nosso coração, quando rejeitamos e jogamos fora as coisas erradas e ornamos nossa vida com a confiança no perdão de Deus. A verdadeira preparação para o Natal e o Advento de Cristo é o arrependimento.

“É claro”, você pode dizer, “mas não é bem nisso que estão pensando aqueles que enfeitam a cidade. Eles estão mais preocupados com o comércio e as vendas.”

Concordo!

E é por isso que o mundo continua precisando de arautos como João Batista. E Deus conta também com você. Se o Natal anda meio vazio, é porque estamos deixando de falar sobre seu real significado. Estamos deixando de confessar que este Menino que veio a nós naquela noite especial nos deu perdão, vida e salvação e em breve irá retornar para julgar os vivos e os mortos.

Ninguém deve estar desprevenido quando este grande dia chegar. Mas sim preparado pelo arrependimento e fé verdadeira. Que toda a beleza natalina nos aponte nesta direção: beleza de coração, arrependimento e fé. Assim, esperemos o Rei que vem e comemoremos o Natal.